Apontado como perigoso traficante e responsável por assassinatos na guerra do tráfico, Dejanilson dos Santos Bispo, 22 anos, o Big, foi morto em um cerco na área que seria de domínio dele - o Golfo Pérsico, entre os bairros de Boca do Rio e Pituaçu -, em ação policial que resultou na morte de mais quatro pessoas, inclusive três jovens de 14 e 17 anos. Enquanto a polícia comemora, parentes dos mortos denunciam que eles estavam desarmados e, portanto, foram executados. Dizem que dois já estavam imobilizados com algemas.
Na 9ª CP (Delegacia da Boca do Rio), os militares apresentaram quatro armas que teriam sido apreendidas com o grupo - uma submetralhadora, dois revólveres e uma espingarda artesanal -, além de cerca de um quilo de crack e cocaína e 200 gramas de maconha. "Desconheço que as mortes não tenham ocorrido em troca de tiros", disse a delegada titular da unidade, Edna Esteves Amorim.
Ela conta que é a segunda vez em dez dias que atiram contra uma viatura no Golfo Pérsico. Sepultamentos - Dois dos cinco mortos foram enterrados ontem em Salvador, Big e Dilton Correia Evangelista, o John, 17 anos; um foi levado para Aracaju (SE), Gleydston Pereira Sampaio, 18; enquanto dois permanecem no Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues: Samuel da Cruz, o Buiu, 19, e Ramon Fonseca dos Santos, 14.
Segundo parentes de Ramon, Samuel e Dilton, tios de Big pagariam as despesas dos enterros, como flores e ônibus para levar pessoas aos cemitérios. Os caixões foram fornecidos pela Assistência Social do município."Big sempre ajudou todos na comunidade, dando o que precisamos; somos mais ele lá do que a polícia, que todos têm medo", disse D.S.F., mãe de um dos adolescentes.
Ao lamentar a morte do filho, ela disse que sempre o aconselhou para que não andasse com o traficante."Meu filho dizia que gostava de Big, mas que não se envolvia nos negócios dele", revelou, sem especificar os tipos de negócios. O tio de Big, conhecido como Pinho, ou Dente de Ouro - que se apresentou como Antônio -, não quis fazer comentários.
O cerco foi às 14 horas de sábado, quando uma equipe da 39ª CIPM (Costa Azul/Boca do Rio), passava pelo Golfo Pérsico e um homem teria atirado na direção da viatura 9.3905. Os PMs pediram apoio, inclusive de equipe aérea, e invadiram o local. Um suspeito foi baleado na invasão a uma casa na 3ª Travessa da Rua 15 de Novembro (seria ponto de tráfico, onde a droga foi apreendida, disse a PM), depois levado para o Hospital Roberto Santos, mas chegou morto.A polícia contou que os outros fugiram atirando, invadiram uma casa e tentaram fugir por uma laje, quando foram atingidos, depois colocados nos carros da polícia.
O vigilante desempregado Djalma Evangelista, pai de Samuel, confirma parte da versão da polícia."Testemunhas disseram que eles se esconderam em uma casa. A polícia tentou invadir, eles saíram pela laje para outra casa. Quando iam se entregar, foram mortos. Nenhum estava armado", relatou Evangelista. Parentes de Gleydstone denunciaram que viram quando ele e Samuel foram colocados no carro da PM, algemados e vivos. Mas os dois já chegaram mortos ao hospital.
Fonte: A Tarde
sábado, 13 de setembro de 2008
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